terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Pictures

Final de semestre é assim né.. Posta tudo o que fez pra facul! Hhahaha
Então vou postar as fotos que fiz pro trabalho de Fotojornalismo II.


MOEMA, SÃO PAULO, BRASIL, 23-11-2010; Parque Ibirapuera no plano baixo: esportes, lazer e diversão vista de um ângulo nem tanto comum. (Fotos: Fernanda Fioravanti Machado / UniFIEO Campus Vila Yara)








LUXO À DISPOSIÇÃO: AGORA FICOU FÁCIL


Por Fernanda Fioravanti Machado
Com a ideia de que dividir é sinônimo de multiplicar, a Compra Compartilhada continua se expandindo pelo globo e ganha maior atenção no Brasil
O sucesso internacional do Time Sharing ou Propriedade Compartilhada teve origem na Europa do Pós Segunda Guerra e consiste em um sistema no qual várias pessoas são donas de um único bem. Um grupo compra cotas individuais de uma propriedade e usufrui dela de forma exclusiva em um determinado período do ano em esquema de rodízio.
As casas de veraneio, helicópteros e veleiros já estão nos planos e pagamentos mensais de muitos brasileiros. Até o ano passado, muitos se assustavam com a ideia de passar seis semanas a bordo de um iate, com todo o conforto de um bilionário por míseros 2 milhões de dólares – um oitavo do preço original. Mas hoje, a maior novidade é a venda fracionada dos automóveis de luxo. Essa opção ainda não está disponível no Brasil, porém não vai demorar muito para que uma Ferrari chegue a custar 100 000 reais. “Em tese é uma proposta interessante e viável para se adquirir parte de um bem de elevado custo e/ou manutenção”, diz o ex gerente executivo de multinacional e atual consultor de empresas Herbert Kowalesky.  Por outro lado, ele afirma haver uma grande diferença entre esse tipo de compra no Brasil e nos outros países: “Essa é uma atitude com forte componente cultural. O brasileiro, de modo geral, é possessivo e exclusivista. Creio que a idéia de ‘dividir’ algo que goste muito ainda o perturba, mesmo sabendo que por aquele bem tenha pago somente a sua parcela.”
A compra compartilhada surgiu como uma alternativa econômica para aqueles que sonham com um imóvel de lazer, mas não possuem meios ou até interesse em adquiri-lo individualmente. Herbert, que possui um Trawler (barco utilitário) há três anos, afirma que compraria uma propriedade compartilhada “provavelmente uma embarcação, um imóvel de veraneio diferenciado”, mas “... de toda forma, continuaria com meu barco exclusivo”. 
O grande ponto de interrogação na cabeça dos compradores ainda continua sendo os possíveis problemas que podem surgir ao longo da compra e do período de utilização dos bens. Muitas perguntas lotam os e-mails das empresas brasileiras de Compra Compartilhada e um exemplo é a da HeliSolutions – pioneira na introdução de programas de propriedade compartilhada de aeronaves no Brasil – que assegura a todo o momento que em caso de indisponibilidade para vôo por qualquer razão ou manutenção, ninguém será afetado já que eles oferecem a cada cliente uma frota de aeronaves prontas para o uso imediato. 
E é com afirmações desse tipo e sempre colocando as condições para adquirir uma propriedade de maneira muito clara e simplificada que as empresas deixam até quem nunca pensou na possibilidade da compra, com vontade de solicitar a visita residencial de um de seus consultores. Renato Max Oliveira da Silva, Diretor de Arte da Agência 3WP, é um deles e afirma que além de ser a favor desse tipo de compra, não hesitaria em adquirir um carro esportivo se tivesse poder financeiro para isso. “Além do custo da compra ser menor, todos os custos de manutenção também seriam menores e eu não precisaria ter esse bem comigo o tempo todo”. 
Porém, o que preocupa não só os clientes desse sistema, mas também os estudiosos dessa facilidade, é se o Brasil - que foi classificado em junho desse ano como o 6° país mais violento do mundo – será capaz de lidar com tantos bens de luxo circulando em suas ruas e se todos os participantes serão transparentes o suficiente para não gerar nenhum tipo de conflito relacionado à compra ou ao tempo de uso. O consultor Herbert Kowalesky acredita que a Compra Compartilhada fará sucesso no país, mas “isso dependerá dos players que estiverem no negócio e como darão visibilidade ao mesmo, e também a seriedade demonstrada”. E para o diretor Renato Max, a possibilidade da violência nos estados aumentar é grande. “Acredito que terá sim mais problemas de roubo por ter mais carros nas ruas, mas acho que isso é um problema muito maior e mais complexo”, afirma ele. 
A tendência da Compra Compartilhada é a constante novidade no ramo de negócios e com certeza já mostrou que ela veio para ficar. Está bem claro que ela pode extrapolar para outras classes sociais e todo o resto só depende do que o empreendedor quer, já que as possibilidades são gigantescas.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Cabeça Dinossauro

Capa do LP “Cabeça Dinossauro” baseada
em um esboço do pintor italiano Leonardo
Da Vinci, intitulado 
“A expressão de um homem urrando”.
Cabeça Dinossauro é o terceiro álbum de estúdio da banda brasileira de rock Titãs, lançado em junho de 1986.
O álbum, além de marcar o início da parceria com o produtor musical Liminha, também levou a banda a ganhar o primeiro disco de ouro em dezembro do mesmo ano.
No ano anterior, a banda passou pelo sucesso modesto de seu segundo álbum Televisão, que teve como principais hits “Insensível” e “Televisão”. Além disso, a prisão do vocal Arnaldo Antunes e do guitarrista Tony Bellotto por porte de heroína acarretou em um período difícil
para a banda, mas isso apenas deu um impulso e fez o grupo querer buscar uma nova unidade sonora - mais pesada - influenciando claramente na mudança estética no seu terceiro LP. Porém, mesmo que tenha tido como base o punk rock, o disco apresenta ainda intervenções do reggae como na música “Família”; do funk como em “O Quê?”, “Bichos Escrotos” e “Estado Violência”; e até mesmo um cerimonial dos
índios do Xingu na faixa-título “Cabeça Dinossauro”.
Nas composições, as críticas ácidas variam em torno de muitas vertentes da sociedade e são bem localizadas principalmente por estarem claramente expostas nos títulos como em “Polícia”, “Igreja”, “Dívidas” - que aponta os tributos abusivos pagos pela sociedade - e “Homem Primata” que tem como principal alvo o estado capitalista.
Com esse terceiro álbum, os Titãs traduziram pela primeira vez no vinil o que o público presenciava ao vivo e puderam resgatar a faixa “Bichos Escrotos” que tocavam desde 1982, mas que só pode ser gravada quatro anos depois, já que a censura proibiu o hit nas rádios por causa do verso “vão se f*der”.
Logo na estreia, a banda sentiu como o álbum causou impacto quando o público cantou todas as músicas, considerando que era uma época em que as rádios ainda se recusavam a tocar o repertório ousado do disco.
Foi só depois de garantir o primeiro disco de ouro que as emissoras se renderam. Além de tocar 11 das 13 faixas do álbum (com exceção de “A Face do Destruidor” e “Dívidas”), algumas rádios se davam ao luxo de pagar multa para tocar a vetada “Bichos Escrotos”.
E em 1997, a famosa e respeitada revista Bizz elegeu o disco Cabeça Dinossauro como o melhor álbum de poprock nacional antes mesmo de a banda dar um salto comercial ainda maior com o CD Acústico MTV lançado no mesmo ano e dedicado aos Mamonas Assassinas.
Por fim, o disco ficou no topo das principais listas dos melhores do ano e até hoje é apontado como um dos mais importantes da história do rock brasileiro.

domingo, 28 de novembro de 2010

Olha.. Sabe o post do dia 18 de Setembro?
Definitivamente retiro o que disse.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O DESTINO NAS ESTRELAS?

É secular, uma arte, uma ciência e até uma paixão. O mundo astrológico continua crescendo espalhando suas vertentes pelo mundo mesmo ainda sendo alvo de incontáveis críticas.

Por Fernanda Fioravanti Machado

   Do grego astron, “astros”, “estrelas”, e logos, “estudo”, a Astrologia é uma ciência que estuda as posições dos corpos celestes e como isso reflete e fornece informações sobre a personalidade, as relações e outros assuntos mundanos.
   Os registros mais antigos afirmam que a astrologia surgiu no terceiro milênio a.C. tendo um importante papel na formação das culturas e seus rastros podem ser encontrados na Astronomia antiga, nos Vedas do hinduísmo e na Bíblia sendo sempre ligada à Astronomia. Porém, foi no tempo de Ptolomeu – conhecido como “cientista celeste” – que a separação começou a ser apontada, mas culminou-se no século XVIII com a remoção oficial da astrologia do meio universitário. Foi apenas dois séculos depois que algumas universidades retomaram-na como disciplina conhecida por “Astrologia Contemporânea” e tem como uma de suas principais ferramentas o Horóscopo que está presente em muitos veículos de informação tanto impresso quanto na web.
   A palavra horóscopo significa “escopo da hora” e era o nome do que hoje é conhecido como mapa astrológico. Hoje, a divulgação da Astrologia e do horóscopo é bastante complexa, já que são bastante conhecidos apenas no superficial e sendo apenas explorados a fundo por interessados e estudiosos do ramo tendo muita informação perdida causando mais dúvida na mente de leitores. Sendo assim, o ponto crucial é entender as diferentes vertentes dentro do mundo astrológico.
   De acordo com estudos, no exato momento em que um indivíduo nasce o céu está disposto de uma determinada maneira e isso influencia astrologicamente a vida dela. A “fotografia” do céu nesse instante é o que se chama de mapa astrológico e para ser interpretado leva-se em consideração um conjunto de fatores por ser algo personalizado e pessoal, jamais sendo capaz de copiá-lo para outra pessoa.
   Já no horóscopo é diferente. Neste caso, são doze signos que são “divididos” grosso modo em dois tipos: o solar e o ascendente. O solar caracteriza a essência e a personalidade de modo interno, já o ascendente mostra o comportamento, como um indivíduo se mostra ao mundo e como ele é visto por outras pessoas com um olhar mais concreto. Sendo assim, as previsões feitas para cada um deles são genéricas já que ao ser feita uma previsão para um determinado signo, o que será apontado são possíveis tendências para os que pertencem a ele.
   Entretanto, o horóscopo não deve ser lido como algo que realmente irá acontecer, pois não foi determinado exclusivamente para uma pessoa, mas também não significa que é totalmente sem fundamento. A partir dessa linha estreita, surge muita polêmica.
   Uma entrevista feita com um ex-funcionário da Editora Alto Astral, que preferiu não identificar-se, afirmou que, por definição, uma previsão não é verdadeira, pois é apenas uma previsão. Portanto, para ele, o horóscopo e previsões não são necessariamente reais, mas sim uma possível situação para o dia e/ou semana da pessoa sendo algo para refletir. Disse também que antes de trabalhar três anos na Editora, era completamente cético a qualquer assunto relacionado a previsões, numerologia, astrologia, etc. Mas depois de passar pela experiência, percebeu que existem coisas com muito fundamento como o mapa astral.
   Mesmo não tendo acesso ao processo propriamente dito de publicação das frases de previsões, afirmou que os editores têm sim alguns sistemas que os ajudam a montar o horóscopo do dia, mas são apenas algumas funções que automatizam a elaboração de algumas partes do texto. Portanto, não se pode dizer que é algo produzido apenas por um “programa de computador”.
   O ex-funcionário acrescenta que “o grande problema hoje em dia é a ignorância das pessoas em relação aos produtos que elas consomem”. Ele acredita que muita gente confunde as coisas quando lê uma revista, sendo de Astrologia e/ou Previsões ou revistas de Fofocas/Teen, ou até mesmo revistas de Saúde. “Há muitos que pensam que vão encontrar ali a solução de seus problemas, mas as revistas são mídias de entretenimento e/ou informativas que não devem ser encaradas como manuais e jamais devemos apoiar nossas decisões apenas no que lemos nelas”.
   No Brasil, são visitadas em 24 horas aproximadamente 32 mil páginas relacionadas ao horóscopo na internet e o que mais se vê é que ou acreditam porque algo que foi dito já aconteceu, ou não acreditam porque nada do que é previsto, de fato, acontece. Porém, a formada em Astrologia pela GAIA - Escola de Astrologia, Titi Vidal, costuma dizer que também não acredita, pois a astrologia e o horóscopo não são uma crença, mas sim uma ciência.
   A vice-presidente da CNA - Central Nacional de Astrologia e colunista do jornal O Legado e dos sites Clube do Tarô, Estrela Guia, Astrobrasil, Bolsa de Mulher, entre outros, atuou alguns anos como Advogada especialista em Direito da Família e das Sucessões pelo Centro de Extensão Universitária, mas trocou a leitura de processos pelas cartas e mapas astrais. Hoje faz pós-graduação em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero.
   Desde adolescente, Titi fazia seu mapa astral anual, lia cartas e já estudava um pouco sobre o assunto. Na faculdade de Direito começou a fazer consultas para as amigas e quando se deu conta já tinha clientes até chegar ao ponto de não conseguir mais conciliar as duas paixões e decidiu seguir a que mais lhe parecia interessante.
   A astróloga diz que, ao contrário do que muitos pensam, esse ramo exige vocação como qualquer outra profissão. Para uma pessoa poder interpretar um mapa astral, é necessária uma formação de três a cinco anos que requer muito cálculo e técnica. Ela explica que o “mapa astral mostra a personalidade e todas as características de uma pessoa, incluindo sua família, sua vocação, seus medos, desafios, qualidades, talentos, relações, tipos de parceiros, etc. A vida e as circunstâncias que a pessoa vive vão moldando isso tudo, mas mesmo isso está no mapa mostrando até os períodos para cada acontecimento”. Dessa forma, ela mostra que essa vertente não é algo sem fundamento, mesmo havendo os que não dão a chance de conhecer, e na maioria das vezes por falta de informação. Os céticos são os que mais criticam e dizem não acreditar, porém Titi rebate sempre dizendo que Astrologia não é uma crença e sim uma técnica que é praticada há séculos e por quase todo o tempo como uma ciência que deu base à Astronomia, já que é baseada em observação e resultado.
   Porém, mesmo que já seja comprovado que a Astrologia, as previsões e o horóscopo exigem uma técnica específica, não há como impedir que pessoas se passem por astrólogos e publiquem suas próprias previsões em locais que um grande número de pessoas tem acesso. Dessa forma, há muitos anos, esse ramo vem sendo visto de uma forma negativa para os que não o conhecem. A partir daí, Titi está escrevendo sua monografia para Pós-Graduação enfatizando quando começou essa visão oposta da Astrologia e como informar melhor as pessoas através da mídia.
   Para ressaltar que não há limite quanto às pessoas que utilizam dessa ciência, ela cita Fernando Pessoa como um grande astrólogo e também a empresa Natura Cosméticos que, desde a contratação de funcionários até lançamento de produtos, são baseados na Astrologia. E ainda acrescenta que em seu consultório, vão desde executivos, psicólogos, jornalistas, donas de casa e publicitários até industriais e juízes.
   Titi não se vê longe do que faz e mesmo trabalhando de 12 a 14 horas diárias, diz que o retorno que recebe junto à paixão pela Astrologia apenas impulsiona-a a continuar nesse ramo até o fim de sua vida.
   Ela ainda deixa uma dica: “Tem gente que fica dependente de astrologia e previsões como tem gente que fica dependente de médico, de psicólogo, de advogado e de qualquer outra coisa. O ideal é que as previsões sejam um norte. Algo que ajuda no autoconhecimento e na escolha de melhores caminhos e opções para podermos tomar decisões melhores e viver melhor”.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Acordar, ligar a televisão e deparar-se com "Romeu e Julieta" começando é para ter um dia excelente.
E como eu fico toda boba com todas as citações, e versos, e promessas e juras do maior sucesso de Shakespeare, aí vai a última fala de Romeu antes de morrer.

"Túmulo? Não, mancebo assassinado; uma lanterna, pois Julieta se acha deitada aí e sua formosura faz desta abóbada uma sala régia, transbordante de luz. Repousa, morto, por um morto enterrado.Quantas vezes, no ponto de morrer, ledos se mostram os homens? É o clarão da despedida, dizem quantos o doente estão velando. Oh! poderei chamar clarão a esta hora? Ó meu amor! querida esposa! A morte que sugou todo o mel de teu doce hálito poder não teve em tua formosura. Não; conquistada ainda não foste; a insígnia da beleza em teus lábios e nas faces ainda está carmesim, não tendo feito progresso o pálido pendão da morte. Tebaldo, jazes num lençol de sangue? Oh! que maior favor fazer-te posso do que com esta mesma mão que a tua mocidade cortou, destruir, agora, também, a do que foi teu inimigo? Primo, perdoa-me. Ah! querida esposa, por que ainda és tão formosa? Pensar devo que a morte insubstancial se apaixonasse de ti e que esse monstro magro e horrível para amante nas trevas te conserve? Com medo disso, ficarei contigo, sem nunca mais deixar os aposentos da tenebrosa noite; aqui desejo permanecer, com os vermes, teus serventes. Aqui, sim, aqui mesmo fixar quero meu eterno repouso, e desta carne lassa do mundo sacudir o jugo das estrelas funestas. Olhos, vede mais uma vez; é a última. Um abraço permiti-vos também, ó braços! Lábios, que sois a porta do hálito, com um beijo legítimo selai este contrato sempiterno com a morte exorbitante. Vem, condutor amargo! Vem, meu guia de gosto repugnante! Ó tu, piloto desesperado! lança de um só golpe contra a rocha escarpada teu barquinho tão cansado da viagem trabalhosa. Eis para meu amor. Ó boticário veraz e honesto! tua droga é rápida. Deste modo, com um beijo, deixo a vida."

sábado, 18 de setembro de 2010

E rumo à maratona de provas e trabalhos.
Mas até que este semestre não está tão louco como o último. - Não.. Ainda não começaram as provas. E sim.. Meu pensamento pode mudar até o último dia de exames.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Ele sabe o que diz

    Carioca, nascido nos anos 40 e participante do movimento do Cinema Novo, Arnaldo Jabor sempre soube como analisar a realidade nacional de uma maneira única. Além de ser um incomparável escritor, suas façanhas estendem-se ao cinema e ao mundo crítico mostrando sua opinião sempre apimentada desde as artes, sexualidade, política nacional e internacional, preconceitos, filosofias e até sobre o amor.
    Recebi um e-mail sobre um texto assinado por ele, mas devido a alguns vícios de linguagem incomuns em seu vocabulário, dei uma procurada na internet e li que o texto que recebi era uma obra um pouco modificada de sua original. Porém, a ideia é a mesma e o texto original é mais fabuloso que o recebido. Fiquei pasma como ele consegue transcrever para alguns milhares de caracteres tudo o que sentimos e não conseguimos expressar. 
    E aí vai o que me deixou pensando por alguns longos minutos..



Estamos com fome de amor 
Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: ‘Digam o que disserem, o mal do século é a solidão’. Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias. Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas e saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos. Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos ‘personal dance’, incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?
Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão ‘apenas’ dormir abraçados, sabe essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega. Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção. Tornamos-nos máquinas e agora estamos despreparados por não saber como voltar a ‘sentir’, só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.
Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamento ORKUT, o número de comunidades como: ‘Quero um amor pra vida toda!’, ‘Eu sou pra casar!’ até a desesperançada ‘Nasci pra ser sozinho!’.
‘Unindo milhares, ou melhor, milhões em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis. Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa.
Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, é demodé, é brega. Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, ‘pague mico’, saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso à dois.
Quem disse que ser adulto é ser ranzinza, um ditado tibetano diz: ‘Se um problema é grande demais, não pense nele e se é pequeno demais, prá que pensar nele”. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou ser uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer prá alguém: ‘vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida’.

Antes idiota que infeliz! 
Arnaldo Jabor






    Espero que, assim como eu, você também tenha ficado pensando em como deixamos a vida passar tão vagamente, achando que estamos nos divertindo ao extremo, mas que na verdade estamos apenas nos enganando. Quem não quer uma pessoa só para te acordar com uma mensagem de 'bom dia', ou até um bilhetinho colado na porta da geladeira com um 'sinto sua falta' rasurado? 
    Isso tudo faz parte dos acertos e erros da nossa jornada. Se não nos arriscarmos, nunca viveremos nem metade do que nos é proposto. Cada pessoa é diferente e tem reações diferentes, então talvez tenhamos que parar de ter medo de nos jogar de corpo e alma em um relacionamento e passar a curtir cada momento. E se tiver que acabar, vai acabar e você vai passar pra outra e viver outros momentos iguais ou melhores que os últimos. 
    Dos meus relacionamentos, utilizo uma das mais perfeitas composições de Vinícius de Moraes para expressar o que espero:

"Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."
     

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Ampliando e Inovando

Por Fernanda Fioravanti Machado


Em mais um ano de sucesso gradativo, a Bienal Internacional do Livro chega a São Paulo em sua 21ª edição não sendo necessários números estatísticos para o próprio público perceber que a cada evento, quantidade de visitantes bate o recorde.
A primeira Feira Popular do Livro foi realizada pela CBL (Câmara Brasileira do Livro) em 1951 na Praça da República na tentativa de implantar no país o costume europeu de feiras de livros francesas, alemãs e italianas. Na década seguinte, a parceria com o Museu de Arte de São Paulo proporcionou a realização da primeira Bienal Internacional do Livro e das Artes Gráficas. Porém, a 1ª Bienal Internacional do Livro bancada somente pela CBL ocorreu em 1970 reunindo algumas centenas de editoras nacionais e estrangeiras, e na segunda edição, em 1972, o total de visitantes atingiu os 80 mil e os de expositores ultrapassou os 700.
Foi só em 2006 que ela chegou ao Anhembi (maior centro de exposições da América Latina) e recebeu em dez dias 811 mil visitantes e 320 editoras lançando 3 mil livros. Este ano, a Bienal espera reunir 350 expositores do Brasil e de fora que representam mais de 900 selos editoriais. 
As inúmeras novidades no espaço entretém o público desde estandes virtuais - que é mais explo-rado a cada ano -, espaços com efeitos visuais e sonoros que atraem os curiosos, até contadores de estórias interagindo com a criançada “fazendo até chover” dentro do espaço.
Uma grande atração é a Biblioteca Móvel Itapemirim com parceria de Maurício de Souza Produções. Essa biblioteca foi adaptada dentro de um micro ônibus escolar com direito a livros infantis, infanto juvenis e computadores. 
O Espaço Gourmet é uma novidade com a temática de cozinhar com palavras. Importantes chefs de cozinha que já publicaram livros apresentam aulas práticas e dinâmicas em cozinhas cenográficas, além de criarem debates sobre o tema. 
O Salão de Ideias já é um espaço tradicional na Bienal, mas nessa edição recebeu uma atenção especial na construção sendo ampliada para receber quatro mesas por dia, nas quais escritores poderão discutir temas diversos com uma platéia de aproximadamente 200 pessoas. 
O IPL (Instituto Pró Livro) oferece um ambiente enorme em formato de livros no qual os visitantes se sentirão pequeninos ao entrar nas grandes páginas da atração. A proposta de “O Livro é uma Viagem - A História de um livro com todas as histórias” é oferecer à criança e ao adolescente uma viagem pelo universo da literatura. Os personagens de famosas fábulas estimulam novas sensações através de imagens e experiências reais apresentando a história da língua portuguesa, as maiores obras já produzidas e ainda os países onde as crianças falam, leem e escrevem em português ao redor do mundo. Para o IPL, os veículos da língua devem explorar todas as opções, seja ela a tecnologia, o teatro ou até os famosos videogames para aumentar cada vez mais o número de leitores. 
Dentre as grandes e mais diferentes atrações presentes na Bienal, podemos perceber que o evento se torna um conversor de visitantes de feiras em frequen-tadores de livrarias e bibliotecas. Muitos escritores deram sua opinião sobre o valor desse evento na formação dos jovens, mas o que a maioria das declarações têm em comum é como uma criança obtém um amor incondicional pela leitura com seus poucos anos de idade, mas mais tarde ao chegar à fase adulta acaba se perdendo em meio aos compromissos e esquecem de como um bom livro fornece relaxamento, desligamento da realidade abrindo os horizontes e acima de tudo, ampliando o conhecimento. 
Dessa forma, o terceiro maior evento literário do mundo está estimulando cada vez mais não só a paixão da garotada por um bom livro, mas também o reencontro dos adultos com seus mundinhos particulares muitas vezes esquecidos em meio à agendas e recibos. 

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

That's it.

Não vou dizer que preciso de você, porque infelizmente, não posso precisar. Não vou dizer que gosto de você, porque você não merece meu amor. Não vou dizer que não sofri, porque ao contrário de você, não tenho medo de ser feliz. Não vou dizer que o mundo é cruel, porque eu tenho certeza que para você ele será pior. Não vou dizer que achei normal, porque para mim sinceridade é fundamental. Não vou dizer que não chorei, embora você não mereça. Não vou dizer que sinto saudade, sentir saudade do que nunca foi meu, de fato, seria patético. Não vou dizer que te odeio, mas com você minha consideração não existe mais. Não vou dizer que não estou triste, mas a decepção é ainda maior. Não vou dizer que é fácil escrever isso, mas te esquecer é mais difícil. Não vou dizer mais nada, quem não merece minha consideração nunca merecerá meus sentimentos e tampouco minhas palavras.
Victor Jabor

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Coloca no armário e esquece.

     Tem coisas que acontecem que gostaria de ter um botão com a função de pegar tudo aquilo e colocar numa gaveta e deixar lá por tempo necessário para que quando eu tirar, não sentir nada.
     Tem um episódio da série Desperate Housewives em que uma das donas de casa explica como consegue ser tão serena, pacífica, educada e supostamente auto confiante. Ela simplesmente ensina que quando seu corpo estiver prestes a explodir por causa de qualquer tipo de emoção, você deve imediatamente concentrar-se e imaginar-se pegando todos esses sentimentos e colocando-os em uma caixa. Em seguida, coloca a caixa no fundo do armário e irá deixá-la lá até tiver um tempo sobrando (sobrando mesmo, sem tem nada para fazer e se estiver afim - é claro) para tirar o que foi guardado e decidir como lidará com o conteúdo.

Preciso colocar isso em prática. 
      Depois conto os efeitos dessa repressão de sentimentos.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Aqui e aí

Tem horas que percebo como quero tudo na hora, tudo pronto e preparado. Preciso aprender que as coisas não são assim. Tenho que passar por muita coisa antes de conseguir tudo o que quero. Paciência, paciência. 

Mesmo parecendo tão fácil para os outros, é como minha mãe me diz: Todo mundo vê o que você tem, mas ninguém enxerga o que você faz pra manter tudo aquilo de pé!

Acho que estou precisando de um amor daqueles que surgem do nada, chegam como um início de neve tímida mas que me atinge com toda sua frieza e ardor ao tocar na pele quente devastando meu mundo e aos poucos mexendo com as minhas estruturas até me colocar de ponta cabeça sem que eu perceba um grau de movimento por me fazer perder qualquer vestígio de sentido. Que dure uma vida, um curso de faculdade ou até uma única noite. Por mim, tanto faz. Só me faça sentir por mim e por você.




quinta-feira, 8 de julho de 2010

Origens

Estava fuçando nas páginas de relacionamento alheias e me deparei com uma comunidade sobre meu signo: Libra. Depois de ler alguns artigos, cheguei a uma página que tinha como título "Por que somos tão indecisos?" e claaaaro que cliquei.
Li um texto sobre a origem mitológica do signo de Libra e agora tenho mais certeza que minha indecisão aguda não é um distúrbio na minha personalidade ou algo do tipo. =b

Deem uma olhadinha:


Páris, príncipe troiano, nasceu com o dom da diplomacia e da elegância. Educado com todo o cuidado, dedicou-se às artes, ao direito e aos cerimoniais. Conhecido como um homem justo e imparcial, Páris era admirado pelos súditos e pelos deuses, que reconheciam nele um homem de bem. Naquele tempo, no Olimpo, ocorria uma disputa acirrada entre as deusas Afrodite (Vênus), Palas Atena (Minerva) e Hera (Juno), mulher de Zeus (Júpiter). Cada uma delas se dizia a mais bela do Olimpo, o que dividia os deuses, dando início a uma guerra terrível. Zeus então decide que haveria um torneio entre as deusas para resolver esta questão. Para não haver favorecimentos, Zeus designa Páris para ser o juiz dessa contenda. Hermes (Mercúrio) é enviado à Terra para informar Páris ele deveria ir imediatamente ao Olimpo e dar fim à guerra, escolhendo ele a mais bela deusa.

Temendo ofender as deusas e mais ainda, temendo ser perseguido por elas, que apesar de serem deusas, eram terríveis e vingativas, recusa o convite. Zeus, irado, força Páris a aceitar e escolher entre as deusas a que receberia o título de a mais bela do Olimpo. Realizado o torneio, onde elas mostraram suas habilidades, dons e beleza, Páris é recolhido a uma cela, de onde sairia somente com a resposta final. Nos dias em que ficou enclausurado, Páris recebe a visita de cada uma das deusas que tentavam suborná-lo. Hera oferece-lhe o império do Mundo e todas as suas riquezas. Atena faria dele um guerreiro valente e invencível. Afrodite oferece-lhe sua cooperação e proteção e garante-lhe o amor da mulher que ele quisesse na Terra.
Temendo as conseqüências, Páris tenta postergar a decisão o mais que podia, provocando mais uma vez a ira de Zeus, que o força a decidir imediatamente, diante de todos os deuses que, ansiosos, esperavam o resultado. Acuado, viu que não teria outra alternativa a não ser escolher uma das deusas. Refletindo sobre tudo o que havia sido oferecido a ele, Páris percebe que se escolhesse Hera, de nada lhe adiantaria a riqueza da Terra se tivesse as outras duas deusas como inimigas. Se escolhesse Atena, seria um guerreiro invencível, que lutaria eternamente contra as outras deusas. Aceita então a proteção de Afrodite e escolhe para si a mulher que ele desejava na Terra. Afrodite o protege da ira das outras deusas e traz a ele Helena, a mulher que ele amava, dando início à Guerra de Tróia, tendo como inimigos os gregos. Hera e Atena que não podiam se vingar diretamente se uniram aos gregos para guerrear contra os troianos. Páris, helena e os tróianos foram liquidados, sentindo-se culpado pelo fim trágico do príncipe, Zeus e os demais Deuses do Olimpo o eternizaram na forma da constelação de libra e determinaram que todos aqueles nascidos sob essa constelação carregaria o espírito da justiça e da cordialidade consigo.


segunda-feira, 5 de julho de 2010

Em mudança

    Esse post deveria ter algum tipo de sistema Ao Vivo para mostrar o que estou vendo. Não é muito longe de casa não, mas é longe o suficiente para ouvir só o barulho dos pássaros, da água caindo, do vento nas folhas com um solzinho de fim de tarde iluminando o último morro atrás de todas as casas.
    Meu cachorro deitado na varanda, olhando tudo em volta e acho que até ele está se perguntando quantas vezes voltaremos aqui. Nessa calmaria, nesse sossego sem telefone te chamando para saber se você deseja aderir mais um cartão de crédito. Sem dor de cabeça - só se for porque dormiu além da conta. Sem dor no corpo - só se for por causa da tarde toda na piscina. Sem chateamentos - só se for porque o sol se escondeu muito rápido.
    Acredito que fizemos bem de mudar de ambiente assim. Sair da praia, daquela algazarra deliciosa, mas que você só acha bom quando está no meio, para vir pro campo onde você pode em uma semana ter o descanso que pediu aos deuses e na outra chamar todos os seus amigos e passar tardes inesquecíveis.
    Até que meu coração chorou um pouco, mas por deixar alguns amigos pra trás que não via há um tempinho na praia. Porém, agora com essas festas intermináves de faculdade, sem dúvida nos encontraremos por aí! Com certeza vou sentir saudades absurdas das noites que ficávamos no Salão de Jogos só aprontando, ou das manhãs esticadas com as tardes fritando naquele sol. Aaai a feirinha! Hahahahah
    Agora o sol já se escondeu, o céu está rosa, as luzes das ruas estão se acendendo e os ruídos ficam cada vez menores. O friozinho já está refrescando qualquer indício que restou do calor e a hora de voltar pra cidade se aproxima. Mas é bom.. Porque cada vez que viermos pra cá, reconheceremos o real valor do que a natureza nos proporciona com uma simples sombra numa tarde ensolarada de segunda.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A sua passagem é só de Ida?

Esse não é mais um daqueles posts clássicos de mudanças repentinas e surtos de evolução interna que muitos fazem, mas que poucos praticam. Esse é um post relatando resultado de mudanças. Mudanças que já foram feitas e que continuam se concretizando cada vez mais e com mais intensidade, pois eu não consigo realmente mais me contentar com pouco; com o sorrisinho meia boca ao ar de bem mal dado; telefonemas com um olho na TV e o outro no relógio; com mensagens entrando no nível de obrigação; acordar achando que vai ser tudo igual; dormir tendo a certeza de que nada mudou; xavequinhos baratos que nem a vó cai mais; com cor de esmalte rosinha básico; com o vestido pretinho mais básico ainda; com a entrada e saída de pessoas no meu coração como se fosse um metrô às seis da manhã e com o copo quase cheio. Eu quero ele TRANSBORDANDO.

E o que falta pra tudo isso?
E O QUE falta pra tudo isso??

Nada!

Porque eu já criei vergonha na cara e comecei a selecionar melhor quem tem direito a uma passagem de ida no meu subway. E se eu me encher, ganha de brinde uma passagem de volta, sem direito a reclamações.

Não. Isso não é ser chata. É apenas reconhecer que já fui muito boazinha, por um bom tempinho - que eu acho que foi demais até.
Podem dizer que depois do meu último ano - com todas as minhas mudanças externas - eu passei a ser mais metida ou qualquer coisa do tipo. Mas eu sei, no fundo da minha alma, que não é por isso. Eu simplesmente vi com mais clareza quem está realmente comigo, quem quer conhecer o meu interior só depois que eu mudei meu exterior, os que me tratavam bem só até o momento em que eu não era vista por outros.. Entre tantos outros "quem".

Portanto, depois de um semestre me acostumando a um novo corpo, a novos olhares, a novas pessoas e situações, acredito que já estou preparada para dividir quem merece ou não o meu Bom Dia. E sim.. Consigo contá-las nos dedos.

Agora vou deitar minha cabeça no travesseiro e não terei peso nenhum na consciência por dizer e e continuar fazendo o que escrevi.
Em outro post futuro, explicitarei tudo, tudo mesmo, o que passei antes de eu ser o que sou agora. E quem sabe, dessa forma, consigam se colocar um segundo sequer no meu lugar  e reconhecer que não estou errada.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

"Eu acho que muita gente deve estar tendo os mesmos pensamentos que eu, nesse momento. É como se eu fosse um texto em que você só leu o primeiro parágrafo, ou apenas o título, ou até mesmo simplesmente ignorou por não gostar da ortografia do escritor. 
E eu não falo de dor. Eu falo da angústia que é não sentir nada. Eu falo da vontade de chutar a tua porta com as duas pernas e gritar uma porção de coisas nos teus ouvidos até você acordar assustada. Isso já te faria me conhecer um pouco melhor, e saber do que eu sou capaz."


(Lucas Silveira. /beeshop)

terça-feira, 22 de junho de 2010

Meio fio entre realidade e ilusão

Por Fernanda Machado

Considerado o maior nome da literatura brasileira pelos estudiosos da area, Machado de Assis tem uma extensa obra que no começo tendia para o Romantismo, mas em sua segunda fase foi caracterizada pelo Realismo. Foi nessa última que foi capaz de realizar a primeira narrativa fantástica e o primeiro romance realista brasileiro em Memórias Póstumas de Brás Cubas. Ainda na segunda fase, o autor se especializou na literatura em segunda pessoa, como em Dom Casmurro
Em toda a sua vida literária, Machado escreveu romances, peças teatrais, coletâneas de poemas e sonetos, crônicas, críticas e contos, e é nesse último gênero que ele se inspirou não só em escritores nacionais, mas foi mais além ao ser influenciado por Ernst Theodor Amadeus Hoffmann e Edgar Allan Poe. Dessa forma, criou diversos contos até que começou a escrever os “contos fantásticos” - nome dado por ele mesmo - de conteúdo mágico e sem explicação lógica dos fatos descritos. 
Três de seus maiores contos foram reunidos em um único livro produzido pela EDIFIEO - editora do Centro Universitário UNIFIEO - : Sem olhos, Um esqueleto e A chinela turca. No primeiro conto, Sem olhos, foi publicado em 1876 no Jornal das Famílias. O conto começa na casa do casal Vasconcelos e recebem quatro visitas: o Senhor Bento Soares, Dona Maria do Céu, o bacharel Antunes e o desembargador Cruz. Os seis conversam sobre vários assuntos  rodeando estórias de bruxas, superstições, fantasmas e coisas do gênero. Porém a maioria declara não acreditar e achar que não passa de mera especulação imaginativa. Assim, o desembargador Cruz aguçou a curiosidade dos demais afirmando que ele teve uma experiência que nunca se esquecera. Após a descrição do ocorrido - viu uma moça sem olhos que já havia morrido, mas depois descobriu que quando viva, nunca teve seus olhos arrancados - ficou visível que todos permaneceram pensativos sobre a descrença no sobrenatural. 
Ao terminar de ler, fiquei me perguntando como seria possível alguém ver algo que foi plantado em sua imaginação por outra pessoa? Qual é a real força da nossa imaginação quando somos capazes de criar em nossas mentes algo que outra pessoa descreveu, mas que por impulso de achar verídico, acabamos acreditando?
No segundo conto, Um esqueleto, publicado no mesmo ano e jornal, conta sobre alguns rapazes que conversavam sobre vários assuntos até que um deles, Alberto, comenta sobre o dr. Belém, mas todos afirmaram não conhecê-lo. Sendo assim, esse rapaz começa a contar sobre esse médico e sobre sua suposta história de amor e ciúme. No final, quando todos estão estarrecidos com o desfecho, Alberto declara que dr. Belém nunca existiu. Ao final dessa, fiquei um tempo pensando como me sentiria se fosse aquelas pessoas que estavam escutando Alberto, acreditando que era verdade e depois descobrir que não se passa de uma invenção.  
Por fim, no último conto, A chinela turca, a estória de um bacharel, Duarte, é narrada. O personagem estava se preparando para ir a um baile quando recebe a visita de Major Lopo Alves que afirma ter escrito uma peça literária e gostaria de saber a opinião de Duarte. Assim, Duarte começa a ouvir o Major, mas coisas sem explicação começam a acontecer até que Duarte desperta e percebe que acabou de sonhar com a estória que estava sendo contada por Major. Quando terminei, só consegui pensar em como o conto foi bem escrito pois eu realmente acreditei que Duarte estava vivenciando tudo aquilo.
Com o término dos contos, fechei o livro e refleti como algumas folhas podem fazer nossa imaginação nos tirar de qualquer lugar e nos transportar para onde estamos pensando. Machado de Assis é, realmente, um dos mestres dos contos fantásticos. A cada termino de uma estória, não podia esperar para chegar ao clímax da próxima. O autor proporciona ao leitor uma espécie de êxtase em cada final, e dificilmente um leitor adivinha ou supõe o que vai acontecer no final. Todos, sem excessão, deveriam experimentar um gostinho da literatura machadiana fantástica e degustar da magia, do sobrenatural, da inquietação e da singularidade de seus contos. 

domingo, 20 de junho de 2010

Dúvidas respondidas

Quanto mais tenho, mais quero, mais desejo e mais vejo defeitos. Parece que nada se encaixa. Nada serve, não bate com minhas prioridades e muito menos com as expectativas. De começo gosto. Aprecio. Enxergo todos os pontos positivos. Chego até a me surpreender por um instante. Mas ele logo passa - como sempre. Vai e leva tudo com ele. Vai e parece não voltar cedo. Vai e deixa apenas o sentimento que poderia restar: será sempre assim. Hoje já começo tendo um pressentimento de todas as futuras cenas. Mas esse pressentimento é diferente por já ter vivido aquilo. Tudo aquilo e mais um pouco.
Então se por um momento, voltasse. Mostrasse que estou errada e que minhas conclusões são as mais erradas, quem sabe isso que eu tenho no meio do peito voltasse a acreditar que, as vezes, as coisas acontecem. As vezes realmente dá certo e tudo anda.
Caminho sozinha, corro, penso, angústia. Paro, respiro, tomo fôlego e imagino. Saio de órbita por alguns segundos que parecem eternos. Volto como se a gravidade não me permitisse transcender qualquer limite. Reflito. Me pergunto e me respondo. Chego a conclusão de que é melhor parar de esperar. Cuidar mais de mim que todo o resto é consequência e que se as constelações estiverem tecendo algo para um futuro próximo.. Melhor deixar cada ponto de luz fazer seu trabalho.
O lado certo do errado
Por Fernanda Machado


Miguel de Cervantes Saavedra foi um dramaturgo, poeta e romancista espanhol que, com seus 20 anos, escreveu seus primeiros sonetos e teve a vida muito conturbada. Mudou diversas vezes de cidade, alistou-se no exército, participou de muitas batalhas até que perdeu sua mão esquerda e passou a ocupar cargos mais administrativos. Ao publicar seu primeiro romance, “Galatea” - narrativa em prosa e verso - foi preso com a acusação de desvio de verbas e presume-se que foi dentro da cadeia que ele deu início à sua maior obra considerada hoje parte fundamental da literatura universal: “Dom Quixote de la Mancha”. 
Nos anos seguintes, Cervantes criou apenas algumas comédias teatrais até que escreveu outra obra-prima: as “Novelas Exemplares”, que atualmente é caracterizada como um dos livros de contos essenciais à literatura. O escritor denominou a própria obra como “exemplares”, pois em todos os contos do livro têm mensagens morais, com descrições da realidade espanhola exemplificada e com relatos de situações de perigo e aventura, mas sempre com um “final feliz”. Em seu prólogo, Cervantes afirma que seu único objetivo com a obra era proporcionar a todos divertimento sem qualquer mal, e que se de alguma forma ele induzisse qualquer leitor a ter pensamentos negativos, preferia cortar suas próprias mãos do que publicar uma obra dessa índole.
Todas as novelas da obra se passam na Espanha, porém a que mostra um lado não tão aceitável das cidades, é a novela “Rinconete e Cortadilho”. A estória conta de dois jovens, Pedro del Rincón e  Diego Cortado. Ao se conhecerem vão para Sevilha. Ao arranjarem trabalho na nova cidade, Cortado pensou ter ganhado como pagamento uma bolsa antiga com dinheiro dentro, mas logo depois descobriu que seu último cliente havia lhe dado por engano, pois ele afirmou ter perdido e perguntou a Cortado se ele achou. Cortado disse que não, mas consolou-o dizendo que não demoraria a encontrá-la. 
Em seguida, um homem se aproximou dos dois amigos e os informou que ninguém rouba nada sem que o Senhor Monipódio fique ciente. Dessa forma, os jovens foram apresentados a  ele e esclareceu-se que naquela cidade havia um grupo organizado de furtos, mas que roubavam apenas dos mais afortunados e concretizavam vinganças encomendadas, e que uma parte de seus lucros era reservado para doação e manutenção da Igreja ou de imagens espalhadas pela cidade.  Assim, os dois foram convidados por Monipódio a juntarem-se ao bando e sem exitar, aceitaram o convite. Em apenas uma noite com Monipódio e seus capangas, Cortado e Rincón mudaram seus nomes para Rinconete e Cortadilho e vivenciaram experiências nunca imaginadas. Descobriram aos poucos os verdadeiros valores e princípios daqueles homens que roubavam, mas que por fazer caridades à Igreja acreditavam com veemência que ainda tinham seus lugares reservados no Céu. 
Mesmo a novela tendo um desfecho sem muitas emoções e surpresas, deixando uma sensação de que talvez poderia ter tido outro final, ela mostra que as primeiras impressões podem, sem dúvida, serem erradas. Não é porque um homem que furta, não tenha um bom coração e defenda com todas as suas forças seus parceiros. Por mais que haja coisas que não acredito serem corretas, como vingar alguém em troca de dinheiro já que ninguém tem o direito de tirar a vida de outro, há algumas passagens na estória que passei a olhar de outra forma. Como, por exemplo, quando uma das moças da casa do Senhor Monipódio chega aos prantos dizendo que foi maltratada por um de seus homens e os outros decretam fazer justiça no mesmo momento. Mas após uma conversa com outra moça, a primeira percebe que aquele homem só a maltratou porque ele se importa com ela e que não daria mais que uma semana para ele pedir desculpas e enchê-la de agrados, que por final foi o que realmente aconteceu. 
Ainda que eu seja contra esse tipo de atitude masculina, se refletirmos as condições, a cultura e os costumes daquela época e cidade, entendemos que aquilo não era nenhum erro fatal. Dessa forma, com a leitura dessa novela abrimos os olhos e começamos a enxergar muitas situações de outras perspectivas, pois nem sempre o que fomos ensinados a seguir é o único caminho.

sábado, 19 de junho de 2010

“A ideia de monopolizar o bem, jogando o mal para os outros, para os que agem e pensam diferente de nós, acompanha a ideia de controlar a verdade. A indiferença moral (desresponsabilização do indivíduo) e a política (passividade) mantêm relações íntimas com os meios de comunicação de massa.”


Tempos indiferentes
Por Fernanda Machado
A distinção cultural do bem e o mal teve seu início há muito tempo. Na Bíblia, Livro de Gênesis, essa diferença foi bem exemplificada quando o homem (Adão) foi tentado pela mulher (Eva) - que anteriormente havia sido tentada pela cobra – a experimentar o fruto proibido, o qual Deus disse para não comer, pois quem o provasse teria o conhecimento do certo e do errado. Aos que não acreditam nessa teoria, essa diferença também pode ser classificada quando qualquer ser vivo é repreendido ou sofre consequências por algo que fez e que está fora das normas já impostas dentro do seu próprio nicho.
Essas normas são impostas dentro de cada sociedade de acordo com seus padrões de organização tendo seus hábitos coletivos, como todo brasileiro ter a tendência de fazer do almoço a refeição mais importante ou de fazer festas de aniversário, e suas regras gerais que são as condutas obrigatórias determinadas para que todos tenham seus direitos e deveres diante de um sistema normativo.  Mas originalmente, nossas culturas não tinham um olhar claro sobre o bem e o dever, pois no imaginário social tudo o que era bom era devido. Todavia, naquela época as sociedades não tinham subdivisões sendo um conjunto único de normas obrigatórias. Agora, as culturas têm suas próprias interpretações de algumas regras que ganham significados próprios. Assim, a passividade dos diferentes governos em relação a algumas normas fica bem acentuada, já que só cobram da população o que lhe são de maior interesse. 
Mas a política não tem toda a culpa, pois muitas atitudes deixam de ser cobradas pela indiferença moral das pessoas. Cada época é marcada e caracterizada por uma virtude e um vício que a faz ter pontos positivos ou negativos. A virtude da geração atual é o desenvolvimento intelectual, com os avanços da internet e da comunicação, mas seu vício é a grande indiferença do indivíduo. Vemos claramente nas mídias, de maneira escancarada a corrupção e a ousadia. Pessoas que estão no poder se acham no direito de zombar indiretamente da população, desrespeitando qualquer índice de opinião. Famílias assistem a queda de sua geração mais nova. Pais que vêem seus filhos se tornarem pessoas de má índole. Mães que simplesmente abandonam seus filhos em latas de lixo como se fossem descartáveis. Pessoas que se dizem injustiçadas, mas que invadem propriedades alheias não se importando com a futura situação dos moradores presentes. Civilizações inteiras são massacradas e quase exterminadas por interesses mesquinhos ou até sem nenhuma razão. 
Isso tudo acontece diariamente, nem metade dos casos são realmente relatados, e os veículos de comunicação passam a imagem de apenas informar e atualizar a população, mas indiretamente criam uma opinião formada para os receptores. Dessa forma, se os veículos de comunicação não incentivam a sociedade a tomarem providências, a população vai continuar assistindo de camarote o planeta se perdendo dentro dele mesmo. As pessoas não parecem se importar muito com o que assistem toda noite no conforto do seu sofá. E então, essa indiferença com o próximo aumenta como uma avalanche, tornando a sociedade cada vez mais egoísta, insensível e com suas divisões mais acentuadas.
Porém, o pensamento “se aconteceu com ele, é porque mereceu” acaba se tornando um dos principais argumentos para os que acreditam que nada os atinge e que só toma as atitudes corretas. Mas eles não sabem diferenciar algo realmente errado e injusto de algo diferente de seus costumes. Os que afirmam que tudo o que não é igual ao seu grupo não é bom, são os mesmos que tentam monopolizar a verdade tornando-a única e inquestionável. Dessa forma, qualquer indivíduo que discorde ou apenas não siga as normas pré-determinadas, sofre de inúmeras repressões e preconceitos sem ter ao menos o direito de se defender, pois os repressores são pessoas que têm interesses próprios para se auto-enaltecer como, por exemplo, os políticos já citados. Eles criam uma própria ideologia e transmitem-na para o maior número de pessoas possíveis, acreditando veementemente que todos são de acordo porque aquela é a verdade e impõe um tipo de pensamento único que se todos seguirem serão pessoas “melhores”.
Sendo assim, a política tem seu papel fundamental na formação da opinião de uma sociedade, pois apesar de qualquer circunstância, os donos do poder acabam tendo a palavra final. Já os veículos de comunicação têm a responsabilidade de colher todas as informações possíveis, filtrar e analisar se são verídicas e, por final, transmití-la a população, porém a última não tem garantia de que tudo o que receberá terá um ângulo imparcial da situação. Por conseguinte, cada indivíduo não deve deixar-se levar por opiniões e formas de pensar alheias deixando seu olhar crítico de lado para entrar no senso comum, pois dessa maneira nunca conseguirá sair da atmosfera induzida e entrar na que se é capaz de analisar, questionar, duvidar, discordar e formar a sua própria ideia.  Mas para isso, cada indivíduo deve aceitar que cada pessoa, cada grupo, cada tribo é diferente no seu modo de agir e de pensar. Não é porque uma pessoa, por ser a favor de algo que o outro é contra, que o último deve discriminar e criticar o primeiro. Muito pelo contrário. Ele deve socializar-se para que aprenda com diferentes linhas de raciocínio um modo diferente de observar a humanidade. Evidentemente, se todos agissem de uma forma mais humana com o próximo, as diferentes civilizações entrariam em acordo, saberiam partilhar, ensinar e aprender com as diferenças com uma facilidade inevitavelmente maior.  

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Texto Legenda - 31 de Maio de 2010

                                                                             foto e texto por Fernanda Machado

>> COTIDIANO
Fiéis não se abalam com o frio da capital e continuam deixando a Aparecida do Norte (SP) repleta. Sair antes do sol nascer, assistir à missa, comprar velas de tamanho humano, pagar promessas e fazer pedidos já se tornou um ritual desde a mais antiga até a mais atual geração.

olho vivo
Viajante por obrigação, solidário por paixão


Por Barbarah Salles, Bruna Viel, Bruna Vecchiatto, Caroline Brito, Fernanda Machado


Não gosta de viajar e nem de esporte. Prefere ficar em casa a ter que ir para o outro lado do mundo. Sua profissão já é parte inseparável de sua vida. Conheça  mais sobre esse fotojornalista que sempre espera uma surpresa a cada click.


Das Olimpíadas de Pequim aos crimes registrados no Notícias Populares, o paulista Flávio Florido, atual editor chefe de fotografia do site UOL, construiu sua história no fotojorna-lismo através de suas coberturas em grandes shows, como o Radiohead, passando por eventos como o Miss Brasil e o Festival de Música VMB, além do ramo esportivo como a Copa. 
Em seus 16 anos de carreira viajando pelo mundo, Florido - que já morou em Missouri nos EUA e na pequena cidade de Abingdon na Inglaterra - conta nesta entrevista para o OLHO VIVO sua trajetória desde seu incompleto curso de Letras, até promover uma mudança radical na vida de suas pessoas através de seu trabalho.


OV: O que você fazia antes de começar seus estudos na fotografia?
Eu fiz Letras na USP, mas não cheguei a terminar e então comecei a trabalhar como fotógrafo.
OV: Quando começou o seu interesse pela fotografia?
Foi na primeira viagem pra Inglaterra que eu achei que deveria dividir as coisas com os meus amigos e a maneira que eu encontrei foi através da fotografia. Aí comecei a fotografar e quando trouxe pro Brasil as pessoas elogiavam bastante e falavam: que legal as suas fotos, você deveria estudar fotografia. Aí eu fui estudar. 
OV: É bem difícil crescer na profissão de fotojornalista, de ser reconhecido e tudo mais. Pra você, o que foi mais difícil nesse crescimento? 
Bom, eu não me considero conhecido. Eu acho que eu sou como qualquer outro, mesmo muita gente dizendo o contrário. Então eu acho que tudo esta muito ligado na dedicação. Eu sempre fui muito correto, sempre trabalhei muito, e a gente passa a dedicar sua vida a isso. Então primeiro é você saber o que quer e se dedicar e conseguir alcançar um lugar, e depois disso acho que é natural, vem como consequência o reconhecimento. 
OV: O que você acha dos programas de tratamento de foto, os famosos Photoshops?
Isso é uma coisa muito complexa. Porque o ser humano nunca quer ver o que é real. Ele sempre tem uma imagem criada dentro da cabeça, então no jornalismo a gente tem que pensar que isso não pode acontecer, por que você não tem que alterar nada. Pois você já altera com a sua forma de ver, dá um tom pessoal pra foto. Então o bom fotógrafo é aquele que não aparece na foto. E o que acontece sempre comigo é mostrar uma foto e a primeira pergunta é: Você que fez? E isso é muito bom porque tem foto que você olha e você já sabe quem fez, fotos que vocês na vida toda. por exemplo eu já cheguei a fazer cinco mil fotos em um dia só. E agora ainda tem a facilidade da fotografia digital que permite que você faça mais e é bem importante isso. Na minha época era com filme e eu chegava a gastar 100 rolos de filme em uma viagem. 
OV: E teve algum show que você mais gostou?
Ah, eu gostei muito do Sex Pistols. Foi o mais bacana.
OV: Você fez muitas fotos esportivas. Você considera alguma modalidade mais interessante de ser fotografada?
Eu acho que a gente nunca pode estar vinculado a uma preferência. E eu também nunca gostei de esporte. Eu não queria, de maneira alguma fotografar esse campo. Mas eu fui obrigado, porque meu chefe mandou. Ele quis que eu surpreendesse através de uma fotografia nova e que não estivesse com vícios de ter sempre a mesma fórmula. Então essa coisa de você tentar ver as coisas de uma forma diferente é muito interessante e não estipular aquilo que você não gosta. Eu prefiro dizer que eu gosto daquilo que eu não sei o que é, pois isso vai trazer sempre uma surpresa e o que eu espero da fotografia é a surpresa. Porque se você já tem algo pré-estipulado, você não vai tentar achar algo fora daquele padrão. 
OV: E como foi a experiência de cobrir as Olimpíadas de Pequim?
Uma loucura! Porque você não dorme, não come. É dedicação total ao trabalho. E também tem a questão da língua que dificulta um pouco, mesmo eu tendo influência inglesa e não tendo tanta dificuldade assim, mas chinês não fala inglês né? Olimpíada é realmente o mais complicado. Copa nem tanto porque é tudo mais parecido, os horários e tudo mais, mas Olimpíadas você não tem tempo pra nada. É muito cansativo.
OV: E a Copa de 2006?
Foi legal, mas pena que o Brasil perdeu né? (risos)
OV: Mas teve algum momento que você achou mais emocionante, mesmo que não tenha sido em jogo do Brasil?
Ah, o que eu me lembro muito bem foi a vez que a mulher invadiu o treino do Brasil e foi abraçar o Ronaldinho e que eu fiz essa foto - foi bem emocionante. E a vontade de vir embora! Porque normalmente todo mundo gosta de viajar, mas eu acho que sou uma das poucas pessoas que não gostam porque eu vinculo sempre ao trabalho. E eu já conheço praticamente o mundo inteiro, só não fui pra Austrália. E mesmo que eu quisesse curtir, eu não consigo, porque eu fico tão concentrado no trabalho que eu esqueço de ver o resto. Então a vontade de voltar é absurda. Nesses últimos 5 anos, fiquei fora de casa pelo menos um ano inteiro.

OV: E você é corinthiano né?
Graças a Deus! (risos)
OV: Vimos que você fez fotos do Corinthians e da torcida, mas há uma diferença em você estar lá no meio, e você estar de fora, fotografando aquele momento?
Ah, sem dúvida. Existe uma coisa, que chega até ser chato de falar, mas eu não fotografo em situação nenhuma a não ser trabalhando. Eu gosto, claro, de fotografar, mas começa a vincular a coisa com o trabalho e isso não é muito bom. Então quando você está numa situação dessa que parecia ser bom, passa a não ser. Trabalho é claro que e necessário, mas se eu pudesse eu não trabalharia. Show é outra coisa que não consigo curtir porque eu sempre acho que estou trabalhando. Eu nem vou mais porque não me interessa. Fica uma coisa meio chata, então eu prefiro fazer outras coisas que não tenham essa conotação do trabalho.
OV: E você tem vontade de voltar para algum lugar, mas só para curtir e não para trabalhar?
Eu pretendo, mas é realmente difícil porque eu não consigo separar. Agora, por exemplo, eu estou fotografando vocês, mesmo sem câmera! E isso é tempo todo. Você acaba incorporando. É uma coisa involuntária. E tem que se dedicar né, porque a dedicação é através do treino, da repetição, do estudo, e pro fotojornalismo isso é muito importante, pois está ligado à mudança. Você quer mudar alguma coisa que não concorda  e mostrando isso para as outras pessoas podemos ter uma comoção que pode mudar aquilo que não é bom, e eu tento fazer isso. Mesmo sendo difícil, já que sou empregado  de uma empresa que visa lucros, mas quando eu tenho chance eu tento fazer  alguma coisa boa através do meu trabalho. Porque eu me importo com as pessoas, com a situação e quero mudar alguma coisa. E tem duas coisas que eu lembro que aconteceu: mudei a vida de duas pessoas de forma drástica. Uma foi um menino de família pobre que eu fiz uma matéria e na semana seguinte ele ganhou uma casa e o pai dele ganhou um emprego. A matéria saiu na primeira página da Folha e na semana seguinte chamaram ele no Gugu e deu entrevista e tudo mais. E da outra vez foi um menino também que estava desempregado e eu ocupei ele o dia inteiro e na semana seguinte ele conseguiu um emprego. Então esse tipo de coisa não tem preço. Você poder mudar a vida de uma pessoa sem querer nada em troca.
OV: E hoje você tem contado com essas pessoas?
Não, não vi mais. Mas sempre que eu pude, durante um tempo, eu ajudei, então e bem bacana quando você fica sabendo que essas coisas acontecem. E é bem difícil você conseguir fazer isso dentro de uma empresa que tem seus interesses acima de tudo. Então existe edição, publicação que é comandada por pessoas que nem sempre sou eu e conseguir fazer uma coisa dessas é muito bom e se todo mundo conseguisse fazer isso dentro de uma empresa que tem seus interesses acima de tudo. Então existe edição, publicação que é comandada por pessoas que nem sempre sou eu e conseguir fazer uma coisa dessas é muito bom e se todo mundo conseguisse fazer isso seria bem interessante. 
OV: E você pensa que poderia ter seguido outra profissão? 
Na verdade foi por acaso virar fotografo. Nunca imaginei que eu seguiria essa carreira. Aconteceu naturalmente. E só penso que minha vida poderia ser mais planejada, mas talvez eu seria chefe de cozinha, pois é uma coisa que eu gosto muito.
OV: Quem sabe daqui alguns anos?
Ah sim! Talvez um dia, com certeza! 
OV: E você tem alguma dica para os novos fotojornalistas que estão entrando no ramo agora?
Mesmo você tendo que colocar sempre sua profissão em primeiro lugar e deixar de lado uma série de coisas, eu vivi muita coisa que eu jamais viveria porque a profissão me permitiu. Eu não teria viajado tanto quanto eu viajei, situações que eu só tive acesso por causa da minha profissão. Você vive coisas que você nunca pensaria em viver.E a maior dica é a dedicação. Se entregar realmente pro que faz. E uma coisa que também é muito importante é criar referencias, ver fotos. Eu diariamente vejo uma média de cinco mil fotos. E faço isso há 16 anos. Dessa forma você começa a entender as coisas de maneira diferente. E além de tudo você vai tirar uma coisa sua, e que claro, nada se cria, tudo se copia, mas uma coisa particular vai surgir com o tempo.