terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Parkour

Se você acredita que escalar prédios, atravessar qualquer obstáculo, pular entre os carros e não sofrer com altura é coisa para super herois, está enganado. Descubra mais sobre esse esporte que saiu do anonimato e está fervendo nos muros e pontes do país




      Le Parkour ou apenas Parkour significa "O Percurso" em francês e foi criado na década de 80 por David Belle. Belle se inspirou em seu pai, um dos combatentes na Guerra do Vietnã, que usava técnicas parecidas, mas não conhecidas com esse nome, nos confrontos. Para os que assistiram o filme 007 - Casino Royale, já sabem de qual esporte se trata. O ator Sébastien Foucan protagonizou a cena inicial na qual seu personagem foge do agente James Bond. São seis minutos de pulos, puxões, saltos e voos.
O Parkour é uma disciplina na qual os praticantes - conhecidos como traceurs ou traceuse, no feminino - usam seu corpo para passar por obstáculos de uma forma rápida e sem interrupções. Qualquer obstáculo que surgir, deve ser incorporado na execução dos movimentos e utilizá-lo a seu favor. 
Como todo esporte, o Parkour possui alguma base, e a dele é o Run: a "alma do parkour". Nele aprende-se como usar todas as técnicas que já sabe na teoria. O Run são dois pontos, A e B. Você corre do ponto A ao B, atravessando todos os obstáculos que encontrar pela frente. Numa Run, você aprende a ter maior visão de onde suas técnicas podem ser aplicadas e obtém um raciocínio mais rápido de que percurso aderir em uma situação que precise disparar em velocidade em um local desconhecido. 
Mas o Parkour não é só composto de uma sequência de movimentos. Por trás de cada movimento há uma filosofia com uma razão de ser executado. E mais: ele não foi criado para impressionar outras pessoas, ele existe para que cada traceur busque seus próprios motivos para praticar.
Mesmo sendo um esporte que já possui adeptos em todo o Brasil e mundo, não existem competições; você compete com você mesmo e com os seus próprios limites. Com tempo de treino e disciplina, você se torna capaz de fazer coisas que antes julgava impossíveis. Segundo seus praticantes o Parkour “é como se seu corpo estivesse ficado sempre no piloto automático, aí você descobre pela primeira vez que é capaz de controlá-lo".
Além disso, no Parkour não há gastos financeiros com acessórios. A única coisa que você vai precisar é de um bom par de tênis e roupas confortáveis. Luvas para proteger as mãos não são necessárias e também não são recomendadas. Quando você está com as mãos “livres”, seus movimentos são melhores controlados. Vale mais a pena passar a fase de dor, e esperar suas mãos calejarem. 
Outro detalhe é que o Parkour é um esporte que dispensa instrutores ou professores. Qualquer interessado pode procurar alguém que já treina há algum tempo ou assistir a vídeos e dicas pela internet.  Há eventos por todo o país, como a terceira edição do “Red Bull - Arte em Movimento”, principal evento internacional de Freeruning e Parkour do mundo, que aconteceu pela primeira vez em solo brasileiro em agosto de 2011 na Universidade de São Paulo. Eles incentivam a prática, tirando dúvidas, dando dicas e praticando ao vivo. 
     Mas imagine todas essas manobras radicais realizadas nesse esporte sendo feitas por cadeirantes sem qualquer chance de escolha? Um grupo de jovens praticantes de Parkour decidiram gravar um vídeo como forma de um protesto muito inteligente contra a total falta de acessibilidade das cadeiras de rodas nas grandes cidades. Veja os desafios enfrentados no vídeo a seguir:







Fernanda Fioravanti Machado





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