quinta-feira, 9 de junho de 2011

Curte que eu gosto

 
Eu curto, tu curtes, ele curte,
nós curtimos, vós curtis, eles curtem.
   Jonathan Franzen publicou no site do Estadão no dia 05 de junho desse ano, a matéria "Curtir é covardia" falando sobre o assunto um tanto já discutido sobre as redes sociais, mais especificamente o Facebook. A crítica rondou sobre como as pessoas vivem do ato de "curtir" uma página, um fato, uma foto ou uma notícia e como isso, consequentemente, afeta os interesses dos usuários.
   Com a onda digital cada vez mais facilmente acessada, é claro que as pessoas acabam dedicando um tempo maior à essa atividade. Portanto, o ato de curtir e convidar outros amigos a curtirem a mesma coisa, acabou se tornando o foco principal dessa rede social. Ainda mais porque grandes empresas e páginas lucram com apenas um clique no "jóinha".
   Mas a grande pergunta é se a nova geração não está "perdendo" um pouco do seu tempo apenas vendo as coisas por uma tela de computador e não se envolvendo corporalmente e fisicamente com as pessoas e assuntos. Assim, os sentimentos, as experiências e os resultados levados para a vida não passarão de momentos instantâneos que logo serão substituídos por outros. 
   Por um lado, há eventos como o da Hora do Planeta, que mobilizou milhares de pessoas para apagarem as luzes por uma hora no dia 26 de março de 2011. Por outro, há eventos como o de reivindicar uma linha de metrô em Osasco. Esse evento propôs uma passeata na frente da estação da CPTM na cidade. 3.050 pessoas curtiram o evento e clicaram em "Eu Vou", mas - com certeza - nem metade comparecerá no lugar.
   E é por motivos e acontecimentos como esse, que a teoria de Jonathan pode estar correta. Muita gente acaba interagindo com seus amigos virtuais somente pela internet e se esquecem que a vida real acontece da porta pra fora.
   Mas, infelizmente, não serão textos como o dele que mudarão o pensamento de pessoas o suficiente para abrir o olho e a mente de outras. Já que, afinal das contas, quem fica contente em publicar ou compartilhar alguma coisa em sua rede social e ninguém, de fato, curtir?


Para acessar a metéria na íntegra: Curtir é covardia - Jonathan Franzen

2 comentários:

Nando disse...

Uma ótima definição sobre esse assunto que muito nem estão dando importância, a vida foi feita para ser vivida intensamente e presencialmente, por isso se cair a internet e se faltar a luz, na linha de raciocinio que estamos seguindo!

Muitas pessoas irão morrer!

Parabéns, você está viva :D

Fernanda Machado disse...

Concordo com o que disse Nando. O batimento cardíaco e os dias de muitos já se transformaram em megabytes sendo consumidos a todo instante.. Mas e se acontecer outro apagão??

Um abraço e obrigada pelo comentário!