terça-feira, 13 de abril de 2010

Globalization, honey!

A cultura local está se perdendo?
Proveniente de evoluções e avanços principalmente nos meios de transporte e de comunicação durante o decorrer das décadas, a globalização é o único fenômeno social que ainda ocorre em escala global envolvendo a economia, a sociedade, a cultura e a política dos diferentes países. Com a queda do socialismo, o sistema capitalista predominou mundialmente e assim, a globalização surgiu como uma fase mais avançada para atender as necessidades da nova ordem e dos países desenvolvidos para que eles pudessem explorar novos mercados já que o consumo interno estava ficando escasso.  
Porém, esse processo de estabelecimento de uma economia de caráter mundial não é recente. Na época colonial houve inúmeras tentativas de integrar espaços intercontinental em um único reino. E desde esse período, as gerações colocaram como meta a ligação das culturas e povos como “um único mundo”.
A globalização tem três fases. A primeira foi marcada pelo expancionismo mercantilista e a expansão marítima visando sempre a acumulação de riquezas. A segunda fase é caracterizada pela Revolução Industrial acarretando a introdução das máquinas, a ampliação do mercado e as novas formas de obter-se matéria prima. E a última fase, globalização recente, começou no século XX quando o capitalismo predominou e os Estados Unidos foram denominados a superpotência mundial. A partir daí, o mundo adotou cada vez mais as mudanças incluindo a implantação do idioma inglês como língua universal, a introdução de multinacionais nos países, a facilitação de obter e enviar informações a qualquer hora em qualquer lugar do mundo, a rapidez na locomoção entre os continentes e a velocidade de expansão a partir da criação de um novo produto até a venda dele em todos os países. 
Assim, fica evidente o impacto que a globalização tem sob as diferentes culturas e países. Grandes chavões são utilizados para falar desse processo na atualidade, como: “Nós vivemos na era da globalização, tudo converge, os limites vão desaparecendo”, “tudo está relacionado com a unificação e a adaptação das culturas”. Dessa forma, muitos debates são iniciados mas poucos são finalizados com alguma conclusão concreta. Essas discussões têm como principal base o medo de homogeneizar as culturas, a suposição de uma sociedade mundial, de uma paz mundial ou simplesmente de uma economia mundial que acarretaria a uma unificação dos modelos de consumo e uma massificação cultural. 
Esse temor vem principalmente de países que tem a sua própria cultura, mas que está sendo comprimida por costumes estrangeiros mesmo involuntariamente, pois se um país não adapta-se aos avanços dos outros, ele não desenvolve-se e nem acompanha a evolução internacional. Dessa forma, o receio da cultura ser explicitamente considerada um produto é muito alto. 
Segundo o presidente do Programa Sociedade da Informação do Brasil, Tadao Takahashi, no texto “Diversidade Cultural e Direito à Comunicação”, o primeiro item nas exportações norte americanas atualmente não são os manufaturados, mas sim a exportação de cultura de entretenimento. Esse dado é positivo para a economia, mas também representa uma preocupação para as futuras gerações já que a globalização é o recurso que as grandes potências utilizam para propagar sua própria cultura, impondo-a em lugares com culturas não-centrais através das tecnologias de informação, principalmente a internet que é produzida de forma industrial e massiva. 
Para Takahashi, a comunicação envolve a globalização e a sustentação da diversidade cultural e é com ela que uma pessoa expressa sua identidade, opinião e intenção e a coloca em confronto com a dos outros indivíduos. Dessa forma, a cultura é disseminada e aprendida por outras e transforma as tecnologias de informação - que facilitam essa relação - meios indispensáveis na formação de pessoas que não tiveram a oportunidade de ter o acesso a todos os dados culturais de sua sociedade. 
Sendo assim, se a cultura for unificada e tudo for massificado, nada restará para compartilhar, descobrir e explorar, pois tudo será tratado da mesma maneira em todos os lugares. Dessa forma, há providências sendo tomadas em diversos países ao redor do mundo visando a preservação da cultura local.  Porém, muitos projetos afrontam-se com os interesses econômicos e políticos sendo impedidos de serem aprovados. No Brasil, a Lei da Câmara 59/03 encontra-se nessa situação. Essa lei foi proposta há 13 anos pela deputada Jandira Feghali e visa a regionalização da programação cultural, artística e jornalística de rádio e televisão e continua sob avaliação no Congresso. 
Portanto, a globalização é vista de diferentes ângulos com diferentes interpretações. Há os que afirmam que ela impulsiona o desenvolvimento da comunicação e interação das diferentes culturas ajudando na economia. E há aqueles que dizem que a globalização ajuda até um certo ponto, mas que ela interfere muito na vida das pessoas pois elas passam a viver de acordo com o que os países de maior poder implantam deixando de lado os valores de sua cultura e passam a ver o mundo com os olhos de um país no qual não fazem parte. 
Contudo, não há como negar a globalização, pois ela já faz parte da vida de cada indivíduo, mas se as diferentes sociedades não souberem separar o que é massificação e influência estrangeira desnecessária do que pertence originalmente do seu país, a imagem da globalização ficará distorcida e as futuras gerações perceberão que ela não é tão eficaz quanto o mundo atual classifica. 

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