Capa do LP “Cabeça Dinossauro” baseada em um esboço do pintor italiano Leonardo Da Vinci, intitulado “A expressão de um homem urrando”. |
Cabeça Dinossauro é o terceiro álbum de estúdio da banda brasileira de rock Titãs, lançado em junho de 1986.
O álbum, além de marcar o início da parceria com o produtor musical Liminha, também levou a banda a ganhar o primeiro disco de ouro em dezembro do mesmo ano.
No ano anterior, a banda passou pelo sucesso modesto de seu segundo álbum Televisão, que teve como principais hits “Insensível” e “Televisão”. Além disso, a prisão do vocal Arnaldo Antunes e do guitarrista Tony Bellotto por porte de heroína acarretou em um período difícil
para a banda, mas isso apenas deu um impulso e fez o grupo querer buscar uma nova unidade sonora - mais pesada - influenciando claramente na mudança estética no seu terceiro LP. Porém, mesmo que tenha tido como base o punk rock, o disco apresenta ainda intervenções do reggae como na música “Família”; do funk como em “O Quê?”, “Bichos Escrotos” e “Estado Violência”; e até mesmo um cerimonial dos
índios do Xingu na faixa-título “Cabeça Dinossauro”.
Nas composições, as críticas ácidas variam em torno de muitas vertentes da sociedade e são bem localizadas principalmente por estarem claramente expostas nos títulos como em “Polícia”, “Igreja”, “Dívidas” - que aponta os tributos abusivos pagos pela sociedade - e “Homem Primata” que tem como principal alvo o estado capitalista.
Com esse terceiro álbum, os Titãs traduziram pela primeira vez no vinil o que o público presenciava ao vivo e puderam resgatar a faixa “Bichos Escrotos” que tocavam desde 1982, mas que só pode ser gravada quatro anos depois, já que a censura proibiu o hit nas rádios por causa do verso “vão se f*der”.
Logo na estreia, a banda sentiu como o álbum causou impacto quando o público cantou todas as músicas, considerando que era uma época em que as rádios ainda se recusavam a tocar o repertório ousado do disco.
Foi só depois de garantir o primeiro disco de ouro que as emissoras se renderam. Além de tocar 11 das 13 faixas do álbum (com exceção de “A Face do Destruidor” e “Dívidas”), algumas rádios se davam ao luxo de pagar multa para tocar a vetada “Bichos Escrotos”.
E em 1997, a famosa e respeitada revista Bizz elegeu o disco Cabeça Dinossauro como o melhor álbum de poprock nacional antes mesmo de a banda dar um salto comercial ainda maior com o CD Acústico MTV lançado no mesmo ano e dedicado aos Mamonas Assassinas.
Por fim, o disco ficou no topo das principais listas dos melhores do ano e até hoje é apontado como um dos mais importantes da história do rock brasileiro.
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